terça-feira, 6 de julho de 2010

Escolha entre a vida e a morte, o bem e o mal, a bênção e a maldição

Dt 30.15-20
"15 Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16 Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres. 17 Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires, 18 declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres. 19 O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, 20 amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; e para que habites na terra que o Senhor prometeu com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar".





Introdução:



1. A vida nos impõe não raramente "escolhas", decisões a tomar. Se não soubermos optar por decisões sábias corremos o risco de perder privilégios e amargaremos grandes desilusões. No mundo em que vivemos somos pressionados a assumir posição entre obedecer ou desobedecer, estudar ou não estudar, trabalhar ou não trabalhar, casar ou não casar, etc. Certamente tais decisões poderão trazer sobre nossa vida bênçãos, ou maldições. Daí a necessidade de fazermos a escolha certa para não vivermos de maneira frustrada, convivendo com fracassos!



2. O texto em apreço nos mostra Moisés já velho, em fim de carreira, prestes a passar a liderança do povo de Israel a Josué. Sua missão até ali, havia sido um sucesso! Deus o abençoara profundamente à frente de seu povo! Agora, antes de transmitir a incumbência a Josué, Moisés, através da instrumentalidade divina, transmite princípios que se observados pelo povo, fariam deles uma nação poderosa para desbaratar seus inimigos na conquista da terra da promessa. Porém a negligência em observar tais princípios, traria sobre eles a derrota e o fracasso.



3. Quais são, então, as escolhas propostas? Vejamos:





Deveriam escolher:





I – Entre a vida ea morte



V. 15



"Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal..."



1. A questão de "vida" ou "morte" na colocação de Moisés envolvia uma avaliação séria do povo na tomada de decisão. A palavra "vida" vem do termo hebraico "yx – chay" que significa "vivente", "vivo", uma referência tanto à vida animal e vegetal, como também à vida humana. Considerando a palavra em termos humanos, a vida aqui é "longa" e "prospera". Já a palavra "morte", é o hebraico "twm - maveth", "morrer prematuramente". Podemos afirmar que diante da escolha proposta, o povo de Deus iria, ou prolongar a vida de maneira próspera, ou morrer na miséria prematuramente.



2. A Palavra de Deus nos mostra como a vida ou a morte podem determinar nosso estilo de vivência e consequentemente nosso destino na terra.



a) Morte:



1) Veja como Jó em momento de estrema desgraça descreve a morte – "O meu rosto está todo afogueado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte", Jó 16.16. A sua desventura, fazia com que ele presumisse a morte prematura. A expressão "...sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte", descreve de maneira clara o estado de Jó, que antevia a morte, caso sua sorte não fosse mudada. Sua previsão é clara em 30.23:, "Pois eu sei que me levarás à morte e à casa destinada a todo vivente".



2) Davi se assusta frente à morte, "Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam", Sl 55.4. Seu sofrimento era tão intenso que Davi antevê o fracasso, que certamente o levaria à morte. Isto lhe causava terror, pavor. Certamente a morte causa pavor naqueles que não tem vida eterna! Porém, quanto aos verdadeiros filhos de Deus, temos a promessa da Palavra de que somos libertos do pavor da morte: "...e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida", Hb 2.15.



3) Porém existem pessoas que fazem aliança com a morte, "A vossa aliança com a morte será anulada, e o vosso acordo com o além não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, sereis esmagados por ele", Is 28.18. Este trecho se refere aos acordos políticos de Israel com o Egito e Samaria. Mais adiante estas nações seriam instrumentos de morte ao povo. Estes acordos eram abomináveis ao Senhor, tanto é, que Ele tomava a iniciativa para anulá-los. Certamente, temos aqui uma referência àqueles que não conhecem o real significado da morte, e caminham no limiar do perigo! Fazer aliança com a morte significa preparar-se para colher a calamidade, o infortúnio e desgraça.



b) Vida:



1) Jó reconhece que a vida está nas mãos de Deus, "Na sua mão está a vida de todo ser vivente, e o espírito de todo o gênero humano", Jó 12.10. Ver também Jó 33.4, "O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida". Quando morre uma pessoa prematuramente, é comum ouvirmos alguém dizer: "Esta pessoa tinha muito para viver". Ao pensarmos assim, nos esquecemos que a vida está nas mãos de Deus. É Deus quem permite que alguém continue a viver ou morra. Há exemplos na Palavra de Deus de vidas que foram ceifadas prematuramente pela interferência direta do Todo-Poderoso. Um desses exemplos sobre a ação de Deus provocando uma morte antecipada, podemos ver em Atos 12.21-23, "21 Num dia designado, Herodes, vestido de trajes reais, sentou-se no trono e dirigia-lhes a palavra. 22 E o povo exclamava: É a voz de um deus, e não de um homem. 23 No mesmo instante o anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus; e, comido de vermes, expirou".



2) O Temor a Deus é a fonte de Vida, "O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte", Pv 14.29. Quando alguém vive debaixo do cuidado e do temor do Senhor, sua vida é prolongada na terra. Embora a expressão "...laços da morte", possa designar uma ação de nosso arqui-inimigo, ou seus demônios usando pessoas para nos atingir, é bem verdade que ela também descreve a morte iminente daqueles que não vivem debaixo do temor do Senhor. Não raramente, os demônios provocam acidentes, impulsionam guerras, devastações, etc., para destruir vidas humanas. Porém aquele que vive pelo temor de Deus, será certamente preservado de muitas situações de risco. Sua vida é guardada pelo Poderoso!



3) A vida está associada à prática da justiça e à bondade, "Aquele que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra", Pv 21.21. Neste texto podemos ver claramente que o servo de Deus que vive na prática da verdadeira justiça, e ao mesmo tempo é bondoso no trato com seus semelhantes, encontrará a "vida, a justiça e a honra". Vale a pena viver em justiça, que a colheita é farta!



3. Pelas descrições acima acerca entre a morte e a vida, podemos dizer que uma escolha sábia não penderá pelo lado da morte. O homem que deseja viver melhor, ser próspero, abençoado, não andará nos caminhos da morte, mas buscará viver a vida outorgada por Deus! Se o povo de Israel, ao avaliar a proposta de Moisés, tivessem optado pela vida ao invés da morte, jamais teriam sido presas de seus inimigos! Não teriam sido escravizados, castigados, envergonhados e mortos pelos babilônicos, assírios, etc. Teriam sido vitoriosos em todas as batalhas! O mesmo acontece hoje! Muitos estão morrendo espiritualmente, porque fizeram opção errada. Escolheram o caminho da morte ao invés do caminho da vida!





II – Entre o bem e o mal



V. 15



"Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal..."



1. Da mesma forma que no capítulo anterior, o homem precisa aprender a escolher entre o bem e o mal. A palavra "bem", vem do hebraico "bwj - towb" – Aquilo que é "bom", "agradável", "amável", "que traz benefício", etc.. E a palavra "mal", vem do hebraico "er - rá", significando "ruim", "desagradável", "infeliz", etc.



2. Desde o princípio, e isto podemos ver no livro de Gênesis, há uma descrição do homem como sendo mau em sua natureza: "Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente", Gn 6.5. Esta visão de Deus em relação ao homem é compatível com as ações deste após a queda no Éden e a sua conseqüente degradação. É certo, porém que a geração do início de Gênesis, foi engolida e dizimada pelas águas do dilúvio. Porém a semente do mal não foi totalmente erradicada, como podemos ver mais tarde no registo bíblico:



a) Sl 5.9, "Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua". Observe as expressões "suas entranhas são verdadeiras maldades" e "sua garganta é um sepulcro aberto". Estas expressões nos mostram claramente que o mal é residente no interior do homem. No dizer de Jesus ele vem de dentro, do coração, exteriorizando ações destrutivas, "18 Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias", Mt 15.18-19.



b) Ec 9.3, "Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos". Novamente podemos observar como Salomão descreve o mal como sendo algo ligado ao "coração dos filhos" e há "desvarios no seu coração". Certamente é através do coração do homem que o mal é irradiado, provocando ações pecaminosas!



c) Rm 7.18-20, "18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. 19 Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim". Neste texto, Paulo nos apresenta o dilema de sua vida e consequentemente o dilema da vida de todo filho de Deus. Como filho de Deus, ele desejava praticar somente o bem, porém em razão de sua natureza pecaminosa propensa para o mal, se vias às voltas com atos contrários à sua vontade.



3. Com esta inclinação para o mal, a raça humana tem caminhado a passos largos para a destruição e a morte. Não há quem busque o bem! No dizer de Paulo aos romanos, "todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só", Rm 3.12.



4. Voltando nossos olhares para proposta divina em nosso texto básico, o homem precisa fazer uma escolha entre o bem e mal. É evidente que por si só, em razão de sua natureza pecaminosa, este homem não poderá chegar a lugar algum. Porém através de Cristo, uma nova possibilidade surgiu! Temos a garantia de que através dEle, podemos trilhar o caminho do bem. Veja nos textos abaixo como o retorno ao bem é possível:



a) Lc 6.45, "O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca". É verdade que não há qualquer homem bom na terra. Um só é bom (Mt 19.17), e este "um" é Deus. O "homem bom" nas palavras de Jesus é aquele que passou pela sua cruz. Através da cruz de Cristo, podemos agora nos tornar bons e praticar atos de bondade.



b) Jo 5.29, "...os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo". Observe a expressão: "os que tiverem feito o bem", que é uma expressão alusiva àqueles que foram salvos pela graça de Deus. Somente se levantarão na "ressurreição da vida", os redimidos, aqueles que tiveram suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro, "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas", Ap 22.14.



c) Rm 2.5-8, "5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, 6 que retribuirá a cada um segundo as suas obras; 7 a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção. 8 mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à iniqüidade". O presente texto nos mostra o juízo de Deus que "retribuirá a cada um segundo as suas obras", trazendo "vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem procuram glória, honra e incorrupção". Devemos nos certificar de que o homem somente pode fazer o bem, se ele for tratado pela cruz do salvador.



5. De acordo com os textos acima, podemos ver que existe uma possibilidade do homem deixar o mal e praticar o bem. Esta possibilidade nos vem através do Senhor que derramou seu sangue como remissão de nossos pecados. Ao nos entregarmos a Cristo sem restrições, Ele criará em nós pelo seu Espírito, condições reais para praticarmos o bem e nos prepararmos para a "ressurreição da vida". Lembramos e insistimos, que somente poderá praticar o bem, aquele que foi lavado e remido pelo sangue de Cristo. O homem natural, sem Deus, embora possa desejar a prática do bem, isto não lhe será possível, devido à semente do pecado herdada de Adão.





III – Entre a bênçaõ e a maldição



V. 19



"O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição..."



1. Temos ainda o contraste entre duas palavras significativas: a bênção e a maldição. A palavra "bênção", nos vem do terno hebraico "hrkb - Barakah", e quer dizer "prosperidade", "presente", "dom"; a palavra "maldição", é o hebraico "hllq - qalalah", e significa "difamação", "execração".



2. A palavra maldição sempre está ligada à desgraça, miséria, ou a uma desventura, ou a um acontecimento funesto. Vejamos o uso desta palavra nas Escrituras:



a) Dt 28.20, "O Senhor mandará sobre ti a maldição, a derrota e o desapontamento, em tudo a que puseres a mão para fazer, até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste". Ao entrar na terra da promessa, o povo de Israel seria visitado com maldições, se desobedecesse aos princípios estabelecidos por Deus.



b) Is 24.6, "6 Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam nela sofrem por serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e poucos homens restam". Temos aqui o cumprimento relativo ao texto anterior. Houve desobediência ao Senhor e a nação teve que amargar grandes maldições, como a invasão inimiga, queimando suas casas juntamente com seus habitantes.



c) Jr 23.10, "Pois a terra está cheia de adúlteros; por causa da maldição a terra chora, e os pastos do deserto se secam. A sua carreira é má, e a sua força não é reta". Aqui até mesmo os animais sofrem, pois as pastagens secaram deixando-os sem alimentos, fruto da maldição lançada sobre o povo.



3. Já a palavra bênção, descreve a bem-aventurança do justo, daquele que teme a Deus e anda em seus caminhos:



a) Gn 12.2, "Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção". Temos aqui uma descrição da chamada de Abraão, onde Deus promete abençoar-lhe, perpetuando seu nome na terra, transformando-o numa bênção para outras nações.



b) Gn 39.5, "Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo". José, um símbolo de Cristo, enfrentou o dissabor e a revolta de seus irmãos, que o venderam como escravo. No Egito, na casa de Potifar, que o comprara dos ismaelitas, começou a provar a bênção de Deus, bênção esta, também extensiva ao seu dono.



c) Dt 28.8, "O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo a que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dá". Note como a bênção divina atinge não somente nossa vida espiritual, mas tudo quanto possuímos, como nosso trabalho, produção, etc., além de estar presente em tudo quanto colocarmos as nossas mãos.



d) Is 44.3, "Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência". Aqui, temos a promessa da bênção divina, não somente sobre nós, mas também sobre nossa posteridade. Quando caminhamos debaixo da bênção de Deus, nossos filhos e netos também serão abençoados. A promessa divina é que a sua misericórdia atingirá "...até mil gerações daqueles que me (o) amam e guardam os meus (seus) mandamentos", Êx 20.6.





4. Quando escolhemos a maldição em lugar de bênção, não precisamos dizer que fizemos uma escolha desastrosa!





Conclusão



1. Pudemos ver nesta noite o contraste entre "vida ou morte", "bem ou mal", "bênção ou maldição". Tais palavras e conceitos foram colocados ao povo de Israel como opção de escolha. Teriam eles liberdade para escolher entre viver ou morrer, praticar o bem ou o mal, serem abençoados ou amaldiçoados. Porém ao optarem pelo lado mal, iriam sofrer as conseqüências da funesta escolha.



2. Hoje também, como povo de Deus, a mesma opção nos é dada pelo Senhor. Muitos acabam trilhando o caminho da morte, do mal e da maldição. Por esta razão, estão em constante sofrimento e dor. Que sejamos sábios para escolher a vida de Deus para gozarmos dos privilégios de sua Palavra!



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